Baltijas Ceļš (O Caminho Báltico): a união pacífica que abriu as portas da liberdade

Letônia

O Caminho Báltico: a corrente humana que mudou a história da Europa

Em 23 de agosto de 1989, um dos protestos pacíficos mais marcantes do século XX ganhou forma no coração do Báltico. Aproximadamente dois milhões de cidadãos da Estônia 🇪🇪, Letônia 🇱🇻 e Lituânia 🇱🇹 uniram-se de mãos dadas, formando uma cadeia humana que se estendia por mais de 600 quilômetros, ligando Vilnius, Riga e Tallinn. O ato, conhecido como Caminho Báltico, tornou-se símbolo da luta pela liberdade e da resistência cívica contra a opressão soviética.

Com o gesto silencioso, mas de enorme impacto, os povos bálticos exigiam a anulação do Pacto Molotov-Ribbentrop, acordo assinado entre a Alemanha nazista e a União Soviética em 1939, que resultara na ocupação forçada das três repúblicas. Ao mesmo tempo, recordavam ao mundo os crimes dos regimes totalitários e reafirmavam a sua vontade de recuperar a independência e a autodeterminação.

A mobilização, transmitida internacionalmente, chamou a atenção da comunidade global para a situação no Leste Europeu e deu novo fôlego aos movimentos democráticos da região. Poucos meses depois, a pressão popular aceleraria o colapso da União Soviética, permitindo às nações bálticas reaverem plenamente a soberania no início da década de 1990.

Trinta e seis anos depois, o espírito do Caminho Báltico continua vivo. Estônia, Letônia e Lituânia permanecem unidas não apenas pela memória histórica, mas também por valores partilhados – democracia, segurança e prosperidade –, reafirmando o compromisso com a liberdade que outrora conquistaram de mãos dadas.

Última atualização em: 23/08/2025, 12:46:46